Olá, pessoal,
Como comentei no post anterior, sabia que o dia em que eu precisasse retirar meus remédios na Farmácia de Alto Custo (cujo nome técnico é "Farmácia de Componente Especializado") em meio a esta pandemia seria um dia importante...e vou contar, aqui, como foi.
Para quem não sabe, os medicamentos para a Doença de Gaucher são muito caros. Graças ao SUS, estes remédios são disponibilizados gratuitamente, e esta é a parte boa da história toda. Fazendo uso da Terapia de Reposição Enzimática (como é o meu caso), ou da Terapia de Redução do Substrato, estes remédios têm que ser retirados nas farmácias de alto custo todo mês, pelo próprio adoecido, ou por seu representante. A parte ruim é que, na maior parte das vezes, sempre tem muita gente na farmácia, e as filas são uma regra por lá. E, em tempos de pandemia, as aglomerações devem ser evitadas a qualquer custo...por isso o receio.
De todo modo, como sei que a farmácia de alto custo é um lugar cheio de regras, a maioria delas inflexíveis quanto às datas e aos documentos que tem que ser apresentados para a retirada dos medicamentos, decidi ir à farmácia ontem, no último dia de março, a fim de não perder um mês de medicação (tudo bem que ninguém sabe direito quando será a próxima data de infusão, mas...isso também já é assunto para outro post).
Já havia sido avisada por uma outra pessoa com Doença de Gaucher que a farmácia de alto custo estava vazia nestes tempos...e, pelo que constatei, estava mesmo. Os guichês de atendimento, que outrora se localizavam numa sala bem pequena, agora estão voltados para a calçada. Assim, as atendentes, munidas de luvas e máscaras, entregam as medicações pelas janelas, evitando as aglomerações. Mesmo assim, tive que pegar uma senha para ser atendida. Havia umas quatro, ou cinco, pessoas na minha frente (um número muito menor do que em dias normais), e fiquei “na fila” esperando por, aproximadamente, uns vinte minutos. Enquanto aguardava minha vez, fiquei beeeem isolada das outras pessoas, em pé e no Sol... e sem máscara, porque não achei nenhuma para comprar na minha cidade (problema sério!).
Cheguei na Unicamp bem no finalzinho do expediente da farmácia, por volta das 15: 50 hrs., sabendo que ela fecha as portas às 16 hrs. Ao ser atendida, recebi doses para dois meses de infusão -uma surpresa boa no meio disso tudo. Mas isso tem uma explicação.
Em alguns lugares do país, por conta da pandemia, as receitas de medicamentos e produtos para a saúde de uso contínuo estão com validade ampliada para 60 dias sem necessidade de renovação, como é o caso de Campinas. Esta medida é muito importante para evitar a saída de casa de pessoas vulneráveis (característica principal da, digamos, “clientela” das farmácias de alto custo), e as aglomerações.
E, honestamente...na minha modesta opinião esta medida deveria se tornar permanente. Não tem muito sentido enfrentar fila todo mês e ainda ter que provar, por meio de uma papelada volumosa e complicada a cada três meses, que AINDA estamos doentes. Não ter cura conhecida é exatamente a definição de uma doença crônica, como é a doença de Gaucher.
E, se alguém do governo ou da indústria estiver lendo este post, taí uma ação que poderia ser implementada para depois que a pandemia passar.
Que tal pensarmos e ajudarmos a implementar isso, junt@s?
PS: Enquanto escrevia e pesquisava para escrever este texto, eu me deparei com uma informação importante, e que gostaria de compartilhar. Há um aplicativo de agendamento para a retirada de medicamentos nas farmácias de alto custo, desenvolvido pela secretaria de saúde do estado de São Paulo, que se chama "Remédio Agora" (disponível para download em: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.duosystem.remedioagora&hl=pt_BR ), e que é destinado a otimizar o atendimento e diminuir as filas. Pelo que pesquisei, ainda não são todas as farmácias de alto custo que são cobertas pelo aplicativo, mas parece ser uma solução muito adequada.
Como comentei no post anterior, sabia que o dia em que eu precisasse retirar meus remédios na Farmácia de Alto Custo (cujo nome técnico é "Farmácia de Componente Especializado") em meio a esta pandemia seria um dia importante...e vou contar, aqui, como foi.
Para quem não sabe, os medicamentos para a Doença de Gaucher são muito caros. Graças ao SUS, estes remédios são disponibilizados gratuitamente, e esta é a parte boa da história toda. Fazendo uso da Terapia de Reposição Enzimática (como é o meu caso), ou da Terapia de Redução do Substrato, estes remédios têm que ser retirados nas farmácias de alto custo todo mês, pelo próprio adoecido, ou por seu representante. A parte ruim é que, na maior parte das vezes, sempre tem muita gente na farmácia, e as filas são uma regra por lá. E, em tempos de pandemia, as aglomerações devem ser evitadas a qualquer custo...por isso o receio.
De todo modo, como sei que a farmácia de alto custo é um lugar cheio de regras, a maioria delas inflexíveis quanto às datas e aos documentos que tem que ser apresentados para a retirada dos medicamentos, decidi ir à farmácia ontem, no último dia de março, a fim de não perder um mês de medicação (tudo bem que ninguém sabe direito quando será a próxima data de infusão, mas...isso também já é assunto para outro post).
Já havia sido avisada por uma outra pessoa com Doença de Gaucher que a farmácia de alto custo estava vazia nestes tempos...e, pelo que constatei, estava mesmo. Os guichês de atendimento, que outrora se localizavam numa sala bem pequena, agora estão voltados para a calçada. Assim, as atendentes, munidas de luvas e máscaras, entregam as medicações pelas janelas, evitando as aglomerações. Mesmo assim, tive que pegar uma senha para ser atendida. Havia umas quatro, ou cinco, pessoas na minha frente (um número muito menor do que em dias normais), e fiquei “na fila” esperando por, aproximadamente, uns vinte minutos. Enquanto aguardava minha vez, fiquei beeeem isolada das outras pessoas, em pé e no Sol... e sem máscara, porque não achei nenhuma para comprar na minha cidade (problema sério!).
Cheguei na Unicamp bem no finalzinho do expediente da farmácia, por volta das 15: 50 hrs., sabendo que ela fecha as portas às 16 hrs. Ao ser atendida, recebi doses para dois meses de infusão -uma surpresa boa no meio disso tudo. Mas isso tem uma explicação.
Em alguns lugares do país, por conta da pandemia, as receitas de medicamentos e produtos para a saúde de uso contínuo estão com validade ampliada para 60 dias sem necessidade de renovação, como é o caso de Campinas. Esta medida é muito importante para evitar a saída de casa de pessoas vulneráveis (característica principal da, digamos, “clientela” das farmácias de alto custo), e as aglomerações.
E, honestamente...na minha modesta opinião esta medida deveria se tornar permanente. Não tem muito sentido enfrentar fila todo mês e ainda ter que provar, por meio de uma papelada volumosa e complicada a cada três meses, que AINDA estamos doentes. Não ter cura conhecida é exatamente a definição de uma doença crônica, como é a doença de Gaucher.
E, se alguém do governo ou da indústria estiver lendo este post, taí uma ação que poderia ser implementada para depois que a pandemia passar.
Que tal pensarmos e ajudarmos a implementar isso, junt@s?
PS: Enquanto escrevia e pesquisava para escrever este texto, eu me deparei com uma informação importante, e que gostaria de compartilhar. Há um aplicativo de agendamento para a retirada de medicamentos nas farmácias de alto custo, desenvolvido pela secretaria de saúde do estado de São Paulo, que se chama "Remédio Agora" (disponível para download em: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.duosystem.remedioagora&hl=pt_BR ), e que é destinado a otimizar o atendimento e diminuir as filas. Pelo que pesquisei, ainda não são todas as farmácias de alto custo que são cobertas pelo aplicativo, mas parece ser uma solução muito adequada.
Comentários
Postar um comentário