De minha amizade com Emma Rooney, dona do excelente site " My Normal ", nasceu minha admiração por seu trabalho como "contadora de histórias". E é sobre a importância de contarmos nossas histórias de adoecimento, que pretendo falar a partir de agora.

No meu trabalho de Doutorado, em que abordei a experiência com a doença de Gaucher através de narrativas, o que eu tentei fazer mesmo, de verdade, foi dar voz, pela primeira vez, às pessoas portadoras deste adoecimento. Na minha opinião, esta deve ser a principal contribuição de minha tese à ciência. :)
Ser diagnosticado, ou ter um familiar diagnosticado, com uma
doença rara como a doença de Gaucher, pode ser, num primeiro momento, muito
assustador e confuso. Na maioria das vezes, é um marco na história da pessoa e
de sua família.
Falar sobre isso, por meio de uma história, pode ajudar
outras pessoas que, porventura, estejam atravessando esta mesma situação, fomentando
a empatia e a solidariedade. Estas histórias também podem ajudar a melhorar os
serviços médicos e as pesquisas científicas, conscientizando os profissionais
da área da saúde sobre a dimensão humana dos adoecimentos.
Através de nossas histórias podemos nos conectar com pessoas
que jamais imaginaríamos ter algo em comum, não fosse pelo fato de
compartilharmos um mesmo adoecimento, ou uma situação de vida semelhante.
Encontrar
pessoas com histórias parecidas pode tirar as pessoas do isolamento e construir
redes de apoio. Além disso, o fato de você escrever a sua própria história é
muito significativo: traz consigo a ideia de que, apesar do adoecimento, podemos
contar a nossa história como quisermos, refletindo e criando novos significados
para os eventos pelos quais passamos, durante este processo.

Alguns contadores de histórias já descobriram o poder
curativo das narrativas do adoecimento. Acredito, no entanto, que este poder
não esteja somente nas histórias, mas na própria empatia e na solidariedade que
estas histórias promovem.
Contar a sua própria história pode parecer uma tarefa
difícil, à primeira vista. Mas, seguindo algumas dicas simples, dá para colocar
no papel tudo o que queremos dizer. Pensando a respeito antes, fica mais fácil
colocar as ideias no papel. É isso que os escritores fazem, não é mesmo?
Mas isso é assunto para o próximo post.
Vamos falar mais sobre isso? Deixe seu comentário logo abaixo.
Imagens: Google Imagens
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