Olá, pessoal, estão todos bem?
Outro dia, a Leidy -parceiríssima deste blog- enviou uma notícia em meu WhatsApp, que, confesso, quase achei que era uma Fake New. Chequei a fonte (ou seja, de onde veio a notícia), e vi que a notícia era verdadeira.
Ela tinha o seguinte título: "Remédios para doença conhecida podem ter efeito contra covid-19". A tal "doença conhecida" seria a Doença de Gaucher, e, por isso, de grande interesse para nós, e os "remédios" citados no título seriam o Eliglustat e o Venglustat, ambos produzidos pela Gennzyme/Sanofi.
O Eliglustat é um medicamento oral já utilizado para o o tratamento da doença de Gaucher, em outros países, que não o Brasil. O Venglustat ainda se encontra em fase de testes, e poderá ser utilizado no tratamento de doenças lisossomais (como a doença de Fabry, a doença de Gaucher) e a doença de Parkinson.
Segundo a notícia, as duas drogas (Eliglustat e Venglustat) deveriam ser tomadas juntas para o tratamento da Covid-19. E os pesquisadores israelenses que publicaram o artigo que originou a notícia (disponível aqui) afirmam que estes remédios podem funcionar não apenas no tratamento do novo coronavírus, mas também contra outros vírus, como os da Influenza A (da gripe comum), e o vírus do Nilo Ociental.
Sem dúvida uma boa notícia, não é mesmo? Só que, o que o texto da Exame não fala, é que ainda há um longo caminho a ser percorrido até que o uso combinado destas drogas possa ser efetivamente indicado para o tratamento da Covid-19.
Vejamos o que diz o site da National Gaucher Foundation, uma organização norte-americana de apoio e educação sobre doença de Gaucher, a respeito dos achados desta pesquisa (lembrando que o texto original está em inglês, e que a tradução é minha):
"3 pontos principais que nossos especialistas esclarecem sobre as descobertas do Instituto de Pesquisa Biológica de Israel (IIBR):
- os pesquisadores que conduziram o estudo testaram substâncias análogas ao Eliglustat e ao Venglustat. Uma substância análoga é uma molécula semelhante, mas não idêntica aos medicamentos citados;
- o estudo sobre o SARS-Cov-2 foi feito apenas In-Vitro, ou seja, em células que estavam fora de quaisquer organismos vivos. Não foram feitos testes com camundongos, mamíferos ou humanos;
- não há informações sobre a toxicidade potencial das doses que possam ser necessárias para exercer um efeito antiviral destes análogos em humanos.
As descobertas deste estudo, portando, embora certamente interessantes, não provam que o Eliglustat e o Venglustat possam ser usados para prevenir ou tratar o novo coronovírus em seres humanos."
Então, apesar da comunidade científica estar aguardando atentamente por novos resultados desta pesquisa, ela ainda está longe de produzir resultados contundentes a respeito da indicação certeira destes medicamentos para o tratamento da Covid-19.
Até agora, o melhor tratamento segue sendo o isolamento social, a higiene correta das mãos, e o uso de máscaras em locais públicos.
Sigamos juntos, cuidando de nós mesmos, e dos outros! :)
Magnífico post, tomara que um dia essa notícia se torne verdadeira e traga resultados positivos ao Covid e outras causas. Parabéns Carol você ahasa sempre !!! ❤️
ResponderExcluirObrigada pela parceria, Leiy querida! :)
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