"Narrativas sobre a experiência com a Doença de Gaucher tipo 1"- Artigo na Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde
Olá, pessoal, espero
que estejam bem!
Recentemente, tive um
artigo, derivado de um dos capítulos de minha tese, publicado na Revista
Brasileira de Pesquisa em Saúde (RBPS). Seu título é: "Narrativas sobre a
experiência com a Doença de Gaucher tipo 1".
No artigo, eu abordo a
experiência com este adoecimento, tão raro e pouco conhecido, através das
narrativas dos adoecidos. O texto aborda não apenas as histórias de convívio
com este adoecimento, mas também a relação (nem sempre harmônica) com o
tratamento de reposição enzimática, que é o tratamento mais utilizado no
Brasil e no mundo, até agora.
Vamos de resumo, só
para adiantar um pouco do assunto? Aqui está:
Introdução: A Doença de
Gaucher é rara, crônica e de origem genética, e caracteriza-se pela deficiência
da enzima glucocerebrosidase no organismo. Ela acarreta problemas
hematológicos, viscerais e ósseos a seus portadores, cujas experiências com
esse adoecimento são muito pouco exploradas pela literatura científica.
Objetivo: Apresentar e
analisar alguns aspectos da experiência com a Doença de Gaucher tipo 1 através
das narrativas dos adoecidos. Método: 9 pessoas com Doença de Gaucher tipo 1
foram contatadas pela técnica da bola de neve e entrevistadas com base em um
roteiro semiestruturado em suas residências, em cidades da região de Campinas
(SP). As respostas dos entrevistados deram origem a narrativas breves, cujo
conteúdo foi submetido à Análise Temática.
Resultados: Observou-se
que há diversas percepções sobre a Doença de Gaucher, e sobre o tratamento de
reposição enzimática, que ora figura compreendido como sendo quase inofensivo
(como um “detergente”, ou um “não remédio”), ora como sendo muito potente, e
capaz de afetar mais o organismo do que a própria doença. Embora os adoecidos
cumprissem com regularidade o tratamento, essa prática não se configurava
exatamente como “adesão” (“adherence”), mas como uma atitude de “obediência”
(“compliance”) ao conhecimento biomédico.
Conclusão: A
dificuldade em compreender as informações científicas sobre a Doença de
Gaucher, que são altamente complexas e distintas das informações relativas a
outros adoecimentos mais prevalentes, faz com que a experiência com esse
adoecimento seja marcada por reinterpretações constantes das informações biomédicas,
e pela dificuldade em desenvolver posturas mais autônomas e esclarecidas sobre
a doença e seus tratamentos.
A íntegra do artigo
está disponível em:
https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/25231
Espero que vocês possam
acessar, e ler este texto na íntegra...é importante! Vou gostar de ler seus
comentários, e, se tiverem dúvidas, podem me enviar por aqui também!
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